Lembro-me, quando pequena, especialmente de uma noite de Natal que passamos na casa de tia Dina para cumprimentá-la. Meus primos ganharam muitos e lindos presentes, pensei que talvez Papai Noel deixasse ali os nossos, mas ele não os deixou! Será que não sabia que estávamos ali e não em nossa casa?
Ora, não era isso não, Papai Noel sabe tudo!
Quanta tristeza guardei, calada, em meu coração!
O que teríamos feito de tão errado para que ele nos houvesse esquecido?
Quem sabe voltaria...!
Ainda esperei até o último minuto em que estivemos naquela casa...ele não voltou!
Engoli as lágrimas! Meu coraçãozinho de criança tímida parecia não caber no peito com tamanho ressentimento.
Meus pais nada disseram para amenizar minha decepção, pareciam alheios ao meu sofrimento.
O que eu não sabia é que papai, estando desempregado, havia vendido alguns objetos pessoais para comprar nossos presentes. Queria nos fazer uma surpresa!
Quando chegarmos em casa, logo ao abrir a porta, eu os ví sob a pequena árvore de Natal! Eram os presentes que tanto havia desejado!
Foram momentos de pura Felicidade!
Lembranças que ficarão gravadas para sempre!
Confesso, sinceramente, após ter lido uma postagem em que uma amiga tratou deste assunto, posicionando se contrária ao mito "Papai Noel". fiquei em dúvida: Até onde é saudável cultivar essa crença?
Não culpo meus pais por terem nos feito acreditar no "bom velhinho que vem, uma vez por ano, premiar as crianças por bom comportamento". Nunca vi isso como uma "mentira", ou algo que os desabonasse, pelo contrário, esse fato que acabei de relatar só aumentou em mim o amor que tinha por eles. E alimentei essa fantasia na infância de meus filhos.
Na minha opinião, o maior dos problemas é que nem todos os pais têm poder aquisitivo para atender aos apelos da mídia que bombardeia as crianças, enchendo-as de expectativas e ansiedades.
E mais, como meu pai costumava dizer, todos se preocupam com os presentes do Papai Noel, com a ceia, ( uma mesa farta e bem posta ), a família reunida... " ...e o aniversariante?". Dificilmente alguém se lembra "Dele"!
Certa vez, trouxemos à nossa casa um senhor que todos os anos deixava a barba e os cabelos brancos crescerem. Era gordo, rosado e bonachão. Vestia-se de Papai Noel e ganhava um bom dinheirinho para animar as festas natalinas.
Meu filho, Ricardo, havia dormido cedo, como de costume, e quando o "Papai Noel" chegou, foi acordado às pressas pelos irmãos e primos.
Lembro-me que ainda sonolento, fixou seus olhinhos vivos e expressivos naquela figura insólita. Incrédulo, repentinamente puxou-lhe a barba!
Foi muito engraçado ver seu rostinho cheio de surpresa em constatar que a barba "era de verdade"!
O que será que ele pensou naquele momento?
Devemos ter criado em sua cabecinha uma tremenda confusão!
Mas isso não o impediu de hoje ser um grande incentivador desta crença.
Bem, deixo aqui aos pais a polêmica questão:
Devemos incentivar a crença no Papai Noel?
Alguns irão preferir a magia do bom velhinho, outros preferirão contar a história de São Nicolau.,,
O importante, realmente, em todo o processo educativo, é o diálogo aberto com os pequenos.
Optando pelo bom velhinho, ( assim como pela Fada do Dente ou pelo Coelhinho da Páscoa ), quando o pensamento lógico se manifestar e a criança questionar seus mitos, é hora de uma conversa franca.
Que os pais tenham o cuidado de não estabelecer uma relação de troca interesseira entre presentes e comportamento desejável. A cartinha de pedidos da criança ao Papai Noel também deve ser monitorada. Ela deve ter conhecimento do que é possível receber como presente.
O maravilhoso deve ser incentivado em toda a infância; a imaginação e a fantasia são imprescindíveis ao desenvolvimento da criança!
"...a imaginação, a fantasia e a realidade caminham juntas, lado a lado." ( sidflores )
Feliz Natal!
Ah! Não se esqueçam do Aniversariante!
"O Natal é o Aniversário de Jesus e foi o primeiro Natal de todos."
.jpg)
.jpg)
