sábado, 22 de outubro de 2011

Vivendo a preservação do Meio Ambiente

Ontem choveu!
Chuva tranquila, abençoada, que voltou com a Primavera!.
Foram  mais de quatro meses de seca terrível!  Um surpreendente inverno:  com dias de sol abrasador e outros, com   frio intenso!  Jardins floridos e folhas secas...
Estações do ano atípicas.
Dias e noites passam rapidamente...
Nosso Planeta gira mais depressa!
Temos frentes frias, frentes quentes...furacões, tsunamis, vulcões em erupção, grandes deslizamentos de encostas, alagamentos...
Fenômenos que trazem terror e morte aos seres humanos!
Que estará acontecendo com a vida na Terra?
Penso comigo mesma:
"Terá realmente o Homem o poder de desequilibrar uma obra tão perfeita?"


Acredito que haja necessidade de desenvolver a consciência de preservação do meio em que vivemos.
Muitas modificações sofridas pela crosta terrestre, são  devidas à ação do homem, como as modificações efetuadas  no relevo e a degradação ambiental.




Mas a Natureza é algo cuja força não podemos controlar, nem evitar.
Ela é incomensuravelmente superior e  mais forte  que nós, minúsculos seres, entre os incontáveis seres que habitam  este planeta.
Grandes transformações ocorrem em razão da própria estrutura,  da orientação do eixo de rotação e dos movimentos da Terra.
























Trabalhei muitos anos com Educação Ambiental.
Criei e desenvolvi projetos  junto a meus alunos e comunidades de que participei.
Empenhei-me com entusiasmo na implantação do Núcleo Regional de Educação Ambiental do Litoral Norte.


                                             

Desenvolvi os projetos: Tom da Mata, SOS Mata Atlântica ,  A Natureza da Paisagem- Energia, projetos de Reciclagem do Lixo nas Escolas, Lixo no Mar, Muda o Mundo Raimundo e tantos outros.
Plantei hortas e jardins com meus pequenos!                  
                                                                                
Indignei-me com a ocupação e devastação das matas, com a matança de animais, com a poluição do ar, dos rios e mares...Contudo, tão importante como  preservar o Meio Ambiente, é  proporcionar ao Homem condições de sustentabilidade  em seu meio,  respeitar as comunidades tradicionais e as culturas locais, auxiliá-las a resolver seus problemas concretos e cotidianos através de atos governamentais transparentes.
Mas  verdadeiras atrocidades são cometidas em comunidades  isoladas e carentes, em nome das Leis Ambientais, que foram implantadas sem um planejamento adequado, que preservasse o direito à Propriedade e à Educação!


                                                                                                                                

Hoje meu objetivo   consiste em preservar  também o meu pedacinho de chão.                      
Da varanda observo tudo a minha volta!
Os campos ainda  não mostram o seu verde natural,  as pastagens  necessitam de muita chuva para se recuperar, mas o  gado  descansa  à sombra das mangueiras,  remoendo tranquilo,  indiferente ao tempo.
Os pássaros vêm buscar seu alimento  em meu quintal, nos pessegueiros carregados, nas amoreiras, nos mamoeiros, nas pitangueiras...
As seriemas que cantavam nos campos,  se aproximam meio temerosas  para recolher os grãos que lhes ofereço...



Há na propriedade um pequeno córrego que apesar da estiagem prolongada este ano não secou, porque protegemos sua nascente.
                                                                                                               
         
 A grande árvore, na frente da casa -   uma Sapucaia  quase centenária -  que deveria ter sido derrubada quando fizemos a reforma da sede, mas eu não permiti, cobre-se de folhas rosadas e de flores que caem como se fossem flocos de neve e deixam no gramado um lindo tapete branco.
Os sininhos-  mensageiros do vento- se agitam, produzindo um som melodioso que se junta ao canto dos canarinhos da terra, dos sabiás, dos bentevís, dos viras, dos sanhaços...que se abrigam nos galhos floridos das árvores que plantei antes de partir.


Muito tempo fiquei longe daqui.
Parti  em busca dos meus ideais, dos meus sonhos, de realizações.
Foi uma realização pessoal poder ajudar na formação do caráter de inúmeras crianças, transmitir a elas além do conhecimento, valores, atitudes de solidariedade, de cooperação, de justiça, de respeito a si mesmo e ao próximo, plantar em seus corações a semente do  amor á Terra, aos animais e às plantas.                                 


Agora voltei para ficar, retomar o meu "lugar de mato verde",  replantar meu jardim que ficou sem mim tanto tempo!
Voltei  para viver novamente no meu pequeno vale florido,  pensar  que este mundo ameaçador está muito longe daqui!



 Todos nós somos responsáveis pela qualidade de vida , pela relação equilibrada do ser humano com seu ambiente.
Quem sabe que se cada um de nós  fizer o seu  "dever de casa", possamos evitar a destruição da Vida no nosso lindo Planeta Azul?

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Aventuras na Serra do Mar

Durante mais de dez anos, morei  em Ubatuba, no Litoral Norte de SP  e como toda minha família havia ficado no interior, quase todo final de semana viajava para visitá-la.
Preferia utilizar a Rodovia Oswaldo Cruz.   Percorria  com muita tranquilidade e prazer aquele caminho maravilhoso, apesar do enorme perigo representado pelo seu péssimo estado de conservação naquela época,  pelas curvas - verdadeiros cotovelos- e pelos abismos imensos.
Conheço cada palmo daquela rodovia, posso assim dizer, por causa das incontáveis viagens e situações complicadas que ali vivenciei.

        

A estrada está  implantada no seio da Mata Atlântica, Área de Preservação Ambiental  - APA - região da Serra do Mar, onde predominam imensos manacás -da-serra que ao florescerem, enchem nossos olhos de tonalidades e matizes, em  verde, branco,  rosa e lilás. Não é raro vermos passar à frente de nosso veículo um animalzinho apressado. Ouve-se o canto dos pássaros apesar do ruído do motor.  O perfume e frescor do ar, dão leveza à alma da gente!





A neblina e a chuva são  constantes,  provocadas  pela grande evaporação da Mata e pela proximidade do mar, por isso Ubatuba é conhecida como Ubachuva
Muitos momentos difíceis passei ali por causa desses fenomenos, mas mesmo assim eu amo aquela serra!

Como queria aproveitar a companhia de meus pais e meus filhos, acabava pegando a estrada à tarde e  quando chegava à serra estava anoitecendo.
Numa dessas viagens, atrasei-me e  encontrei uma neblina muito densa, mais que o habitual. Diminui a velocidade e fui tentando me orientar.   Estava visivelmente desnorteada quando um carro branco me ultrapassou,  entrou à minha frente, ligou o pisca-alerta e foi me guiando enquanto durou a neblina.  Já no final  da serra, deu-me passagem.
Surpresa, fiz um gesto de agradecimento e segui, também agradecendo a Deus pela providencial ajuda.
Quem seria aquele motorista?
Um viajante solidário que percebera a minha insegurança ou um Anjo que veio em meu socorro?
Nunca pude saber! O fato é que não o vi mais na estrada. Desapareceu!



Numa outra vez, também  na volta para Ubatuba,  aconteceu algo bem semelhante.
Chovia muito e a neblina intensa como sempre, foi me deixando apreensiva, amedrontada. Já não enxergava mais nada! Comecei a rezar!
Sem possibilidade de  estacionar,  porque não havia acostamento, e  também porque a estrada deserta me apavorava, continuei a viagem  às cegas.  O belo caminho transformara-se  num cenário de filme de horror!
A criança  adormecida dentro de mim despertou!
Via  em lugar dos maravilhosos manacas  vultos fantasmagóricos, com seus braços descarnados estendidos em minha direção, temia que algum animal selvagem invadisse a pista, ou almas penadas surgissem a qualquer momento para me assombrar. Foram tantos os pensamentos terríveis!  Chamava  angustiada meus Anjos e todos os meus santos!...
Estava completamente perdida no meio daquele nevoeiro... de repente, senti que o carro derrapava na pista molhada e que a traseira se chocava  com alguma coisa. Horrorizada, pensei que iria cair  num daqueles abismos, mas por sorte, havia batido num barranco.
Neste mesmo instante passava um automóvel, lembrei-me do que acontecera na outra vez e  instintivamente decidi segui-lo.
Sentia que o  carro estava pesado.  Atribui a isso a batida no barranco e continuei acompanhando com dificuldade o outro motorista até que ele desapareceu na escuridão.
Desta vez não era um anjo!
Decepcionada,  não tinha alternativa, precisava seguir, só não sabia onde iria parar.


Não sei por quanto tempo durou aquela angústia!
Nada mais me parecia real, tentava me manter atenta a qualquer eventualidade.  Esperava que de um momento para outro pudesse acontecer algo pior.
Minha cabeça doía, meu corpo tremia de frio e de aflição!


Foi então que um pensamento terrível me ocorreu:  talvez na batida eu tivesse morrido e minha alma ainda estivesse vagando, perdida naquele lugar deserto. Quase entrei em pânico!
Aquela agonia prolongou-se ainda por muito tempo! Os fantasmas teimavam em povoar minha imaginação! Estava à beira de uma crise de nervos!
Prometia a mim mesma que nunca mais me envolveria em tal  situação se conseguisse escapar.
E o tempo continuava passando lentamente! Parecia-me uma eternidade!
Estava no auge do meu desespero quando vi uma placa à beira da estrada,  envolta na neblina:

  Percebi neste momento que ao bater, o carro dera meia volta e ao invés de descer a serra, eu havia subido!! Estava chegando à São Luís do Paraitinga!!!!

O pior é que teria que percorrer o caminho todo de novo, isto é, enfrentar a neblina novamente por vários quilometros!
Bem, pelo menos eu estava viva, não era uma alma penada. Feliz, enchi-me de coragem e retomei o meu caminho!
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