segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

A Criança No Século XXI

Ainda nem amanheceu direito. Faz um frio danado, no entanto o João Felipe já está de pé. Veste rapidamente suas "roupinhas de fazendeiro", calça as botas, não esquece o chapéu, corre para o estábulo.
Papai Rodrigo já está lá, picando o capim verdinho e perfumado.  O ruído da picadeira ecoa no pequeno vale e encobre a vozinha do pequeno que diz:
- Oi pai!




Corre para abrir as porteiras, chama o gado que chega do pasto!  Conhece cada vaca e bezerro pelos nomes, alisa as cabecinhas dos filhotes.
-Cachoeira...Cachoeira...Lagoa...Lagoa...Lagoa...
Um a um os animais vão entrando para o retiro.
Logo estão os dois, pai e filho, ao pé da vaca, cada um com seu banquinho..
João ainda não completou seis anos, mas leva o "trabalho"  muito a sério.  o pequenino  diz que "o  trabalho de fazendeiro é muito difícil".









Ele tem o privilégio de viver num ambiente natural, entre animais e muito verde, colher frutas, verduras e flores no quintal, correr livre pelos campos, andar de bicicleta e de balanço respirar ar puro, acordar com o mugido das vacas, chamando para a ordenha.



Mas ele pode também assistir seus desenhos favoritos,  brincar no computador e videogames e frequentar uma ótima escola.







Infelizmente esta não é a realidade da grande maioria de nossas crianças, mas dentro de suas limitações, os pais devem proporcionar-lhes atenção, amor e bons exemplos no convívio familiar.


A maturidade que noto nas atitudes do João Felipe, percebo também em várias crianças da mesma idade: facilidade para se expressar,  construir frases com excelente Português, capacidade para aprender e apreender.



João Felipe em noite de autógrafos por ocasião do lançamento do livro  "Fazendo Arte"

Atribuo esse amadurecimento,   - que diferencia as crianças do seculo XXI das crianças que fomos - a que, além de conservar a história biológica e cultural de seus ancestrais,  elas têm um constante contato com a mídia digital,  maior oportunidade de acesso à informação,  liberdade de expressão e inúmeros recursos tecnológicos que estão à sua disposição - no lar, na escola, em toda parte -  como vídeogames, computadores, câmeras, celulares, CD-Rom, etc.





 


Podemos perceber que as crianças pequenas têm muito mais facilidade para interagir com toda essa tecnologia do que nós adultos.






Mas os pais não devem permitir que os novos tempos  levem as crianças a "pular" fases imprescindíveis ao seu desenvolvimento, tornando-se pequenos adultos.



Para tanto é necessário que os pais:

-compartilhem com elas um pouco do seu tempo;

-estejam atentos ao seu interesse pelo universo infantil - das brincadeiras, dos desenhos, das estórias -, se elas são espontâneas, vivam naturalmente a melhor fase de suas vidas e aprendam com cada uma delas;

-brinquem com elas,  participem de seu mundo com sinceridade e interesse;

-tenham disciplina em suas vidas fazendo com que as crianças também tenham;

-façam-nas entender que estão na liderança quando estão com elas;

-tornem-se referência positiva, respeitando e fazendo-se respeitar e digam a elas o que esperam do seu comportamento;
     

Milena e João Felipe, em Ubatuba- Litoral Norte de  S. Paulo

Cada etapa da vida deve ser vivida  plenamente, evitando problemas sérios de relacionamento e comportamento na vida adulta.
Pais e educadores devem compreender que, sejam suas crianças: normais ou super dotadas, talentosas, seres incríveis...o importante mesmo é que sejam... felizes!


     "O mais importante na construção do homem, não é instruí-lo - terá algum interesse fazer dele um livro que caminha? - mas educá-lo."
                                    (Saint-Exupèry, in "Cidadela"




      "Feliz é aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina"  (Cora Coralina)
                                       
                                       

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