segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O Amigo Imaginário

João Felipe  "Herói".





 João Felipe  tem 5 anos. É uma criança viva, irrequieta, inteligente .
Vejo-o correndo pelo gramado, entre as árvores do quintal, pulando, gesticulando, falando o tempo todo...
- João,  o que você está fazendo?
- To brincando com o Mãozona, vó...  




                                                                             

Mãozona o Fiel Escudeiro - Produção de João Feipe.



Mãozona é o amigo imaginário do João.
Disse-me  que seu amigo é muito legal. Brinca sempre das brincadeiras que ele gosta, não briga com ele, é muito obediente. É forte e o ajuda a lutar e vencer os monstros alienígenas




O amigo imaginário é muito comum na primeira infância da criança sozinha, entre os 3 e 6 anos de idade.
Ela cria essa personagem para ajudá-la a se adaptar às mudanças em sua rotina, após situações de estresse ou momentos de ansiedade como a ida para uma nova escola, separação dos pais, perda de um amiguinho...
O amigo imaginário poderá ser uma pessoa, ou mesmo um brinquedo qualquer, como um bichinho de pelúcia, ou ainda objetos como chupetas, fraldas, cobertores,  travesseiros...




A criança que é capaz de criar esse tipo de recurso é muito inteligente e sensível.
Não se preocupem os pais, porque esta situação é perfeitamente normal e saudável.  É a capacidade de explorar e expandir sua imaginação e criatividade,  testar seus limites, é até uma forma que a criança encontra de se comunicar consigo mesma.






O faz de contas é uma prática normal e desejável. A criança conhece a diferença entre o real e imaginário. Ela sabe que seu amigo é criação sua. Ele é um extraordinário recurso para ajudá-la  a preencher lacunas afetivas,  vencer situações conflituosas como a solidão, o medo, a angústia, as frustrações,  a raiva...
Seu amigo está sempre a sua disposição, com ele exercita sua capacidade de controlar determinadas situações, que fazem parte de seu desenvolvimento. Em sua imaginação ela tem a oportunidade de ver sua vontade satisfeita, sua autoridade atendida, é respeitada, compartilha segredos, pode atirar suas culpas em seu amigo imaginário - sabe que ele não irá reclamar-  tudo aquilo que nem sempre é possível fazer com seus amiguinhos reais, irmãos e até adultos.



                                                                                                            





Os pais não devem  interferir, devem apenas observar, para que possam entender melhor os problemas de seus filhos. Existem algumas situações que devem ser examinadas com maior atenção,  por exemplo:
- a influência que o amigo imaginário tem sobre a vida da criança;
- se  há problemas de relacionamento com outras crianças;
- se prefere o amigo à conviver com a família;
- se  mesmo em grupo passa horas brincando isolada.










Na maioria dos casos, conforme a criança vai crescendo, vai aos poucos eliminando as interferencias do amigo imaginário, até que o deixe de vez, por volta dos sete ou oito anos.
Se esta fantasia persistir por mais tempo e nas situações citadas acima,  é aconselhavel procurar ajuda de um  psicólogo.









Os pais podem proporcionar o desenvolvimento da criatividade de seus filhos também oferecendo a eles brinquedos adequados, sem sofisticação e tecnologia de última geração. Muitas vezes são os pais que acabam brincando com estes brinquedos.






A fantasia e imaginação  dos pequeninos são imprescindíveis para seu desenvolvimento intelectual e social.
Os pais e professores devem  estimular as brincadeiras com pintura, desenho, massinhas, argila, areia...São materiais que acalmam.
Os livros infantis também são de suma importância no desenvolvimento da imaginação,  da criatividade. Através das estórias a criança amplia o leque de conhecimentos e idéias, a criatividade flui, ela formula idéias próprias, desenvolve a atenção, a memória,  a reflexão, a observação e a linguagem.
É importante que também essas brincadeiras sejam observadas, mas não devemos controlar nem intervir em suas construções.










Não existe infância sem ficção.
Amigos imaginários, estórias, brincadeiras de faz de contas, não garantem a felicidade e o sucesso na vida dos pequenos, mas ajudam, e muito!
Têm o importante papel de enriquecer sua existência!
                       


                                                                                                              






























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